Näo temas, porque eu sou contigo; näo te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. (Isaias 41.10)


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

RJ - Quadrilha de estelionatários tinha até sistema de metas de arrecadação

RJ - Quadrilha de estelionatários tinha até sistema de metas de arrecadação

Pessoas cediam suas contas para golpistas recolherem dinheiro em troca de parte dos lucros


Presos foram levados para uma sala na Academia de Polícia, no centro do Rio


Os integrantes da quadrilha de estelionatários desarticulada nesta quinta-feira (17) durante a operação Hydra, da Polícia Civil, tinham que atingir metas de faturamento para as falsas empresas de empréstimo financeiro. A informação foi confirmada pelo delegado Gabriel Ferrando, da DDEF (Delegacia de Defraudações), mas os valores não foram informados.

- Os chefes estipulavam valores e os corretores tinham que lesar as vítimas até atingir as metas. O negócio era tão lucrativo que alguns corretores montavam suas próprias células e passavam a ser chefes. O chefe de uma das células que nós desarticulamos começou como corretor. Entre os presos há um casal, marido e mulher.

O golpe consistia em oferecer empréstimo financeiro sem burocracia ou qualquer exigência. Os golpistas cobravam taxas referentes a supostos impostos, seguro-fiança, entre outros, e não depositavam o dinheiro. As taxas eram de valores baixos, como R$ 250, por exemplo, mas as vítimas pagavam até três falsas cobranças antes de perceber o crime. Em cinco anos, o grupo lucrou cerca de R$ 2 milhões. Assista ao vídeo:


O delegado explicou que a quadrilha usava contas bancárias em nome de terceiros para que as vítimas, que buscavam empréstimo, depositassem valores referentes a supostas taxas cobradas pela quadrilha. Em troca, essas pessoas que forneciam os números de suas contas ganhavam um percentual sobre o valor arrecadado. Durante a operação, 17 pessoas foram presas e três estavam foragidas até as 15h.

- A quadrilha era tão bem articulada que os chefes tinham controle daqueles funcionários que batiam metas. Pelos centavos de cada depósito, eles sabiam quem era o depositário. Por exemplo, se os depósitos fossem de R$ 300, os funcionários depositavam R$ 300,01, R$ 300,02, R$ 300,03 e assim por diante. Os valores de cada centavo eram a senha para identificar cada funcionários que fizesse depósito.

Uma das dificuldades apontadas pela polícia para identificar os golpistas era o fato de eles trocarem de telefone com frequência e usarem documentos falsos. Pelo menos quatro empresas falsas eram mantidas pela quadrilha: Alfa Rio, Credsul, Credmax e Protercerd. Como os anúncios eram publicados em classificados de jornais de grande circulação, o crime acontececia em todo o Estado, mas era concentrado em cidades da Baixada Fluminense e nos bairros da Pavuna e Costa Barros, no Rio.
Polícia investiga destino do dinheiro

Os estelionatários não tinham lojas ou escritórios e praticamente todos os 17 presos foram capturados em casa. João Carlos Moura Filho, apontado como líder do gupo, morava em uma casa de alto padrão em Nova Iguaçu. Ele já tinha três anotações criminais por estelionato.

A Delegacia de Defraudações ainda investiga qual era o destino final do dinheiro arrecadado pela quadrilha, assim como a participação de outras pessoas no esquema fraudulento. A polícia também cumpriu 35 mandados de busca e apreensão e recolheu documentos e cartões bancários.

- Essa é uma segunda etapa da investigação. Já conseguimos a quebra de sigilo bancário e identificamos as contas. Agora vamos checar a participação de outras pessoas e qual era o destino final do dinheiro arrecadado.

Operação educativa

O delegado Gabriel Ferrando disse também que a operação tem um caráter educativo.

- As pessoas não devem cair nesses golpes, precisam ter cautela. O negócio chama a atenção pela facilidade. As pessoas devem evitar fornecer informações e dados pessoais e nunca depositar dinheiro em contas de pessoa física. Se você precisa de empréstimo, como vai pagar taxas? As pessoas têm que desconfiar.

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