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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

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Economia brasileira cresce com fundamentos, sem bolhas, afirma gestor

SÃO PAULO - A economia brasileira está crescendo com fundamentos e não possui bolhas de crescimento, crédito e preço de ativos, afirmou a Orbe Investimentos. Embora o fundo acredite na ausência desses fatores, eles lembram que isso tem pautado as decisões de investidores internacionais, merecendo grande atenção por parte dos participantes do mercado.
O fundo lembra que o Ibovespa tem desempenhado mal durante o ano, com queda acumulada de 18,79% até o fechamento de terça-feira (24), contra alta de 1,12% do Dow Jones  na mesma base de comparação. "Isso parece contraditório com o discurso geral de que as grandes fontes de capital estão fugindo das regiões desenvolvidos e buscando alternativas de longo prazo em países emergentes", afirma Fernando Camargo Luiz, sócio da gestora.
De acordo com ele, isso se deve a percepção de que o caso brasileiro é "bom demais para ser verdade". O crescimento brasileiro nos últimos anos mudou o discurso de que o País era uma economia de enorme potencial, fazendo com que a capacidade de dar continuidade a esse movimento começou a ser questionada pelos investidores. Pior ainda, havia a possibilidade da formação de bolhas no Brasil.
Consequência, não bolha
Para o gestor, a única similaridade com uma bolha no Brasil, como a que derrubou os mercados em 2008, ocorrida nos Estados Unidos, é o fato de que a inflação nos ativos imobiliários superou a inflação comum. Outras características, como excesso de liquidez, operações de crédito fora do sistema financeira, ausência de atuação governamental, transferência de risco e alavancagem especulativa, não estão presentes.

O processo de formação de bolha, conforme teorizado pelo economista Hyman Minsky, trata-se da redução excessiva do movimento de aversão ao risco, gerando um ciclo onde mais crédito é demandado e concedido, garantido por um ativo virtualmente inflado, que estoura, perde valor e desmorona a alavancagem financeira. Isso não se parece com o que ocorre no Brasil - que na visão de Luiz é "consequência natural do crescimento da renda e desenvolvimento do País". 
Crédito nacional
Ademais, a penetração do crédito no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro é tímida perto do que se vê nos países desenvolvidos. Enquanto esse número é de 45% para o País, ele é de 162% nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e de 203% nos Estados Unidos. 

O risco da participação do crédito também não têm se elevado, lembra Luiz. A participação do crédito de alto risco no total concedido no país se mantém menor que 20% do montante total durante toda a última decada e as provisões e taxas de inadimplência estão em níveis também constantes. A inadimplência de curto prazo, que pode mostrar uma tendência de aumento da de longo prazo também é estável, o que conforta o gestor.
Mas os dados, destaca Luiz, também mostram que há segurança por parte dos tomadores de crédito. Ele lembra que o alto juros impede que a situação brasileira se iguale a norte-americana pré-crise de 2008. "A situação dos EUA era de excesso de liquidez e taxas baixas de juro. No caso brasileiro, como o custo da dívida é extremamente alto, é impossível assumor muito financiamento sem rapidamente comprometer parcela relevante da sua renda", afirma.
Isso impede que se gere um dos pontos principais para a criação de uma bolha: a tomada de crédito puramente especulativo. Além disso, grande parte do crédito nacional é de curtíssimo prazo, alcançando 31% do total - contra apenas 23% de longo prazo.
Há riscos, mas sistema financeira é seguro
Além do mais, o atual sistema brasileiro esbanja segurança, embora haja o risco de que a elevação da taxa de desemprego para altos níveis aumente a inadimplência para níveis preocupantes. Contudo, o gestor ressalta que para isso ocorrer, a elevação têm de ser forte, já que um pulo da inadimplência de 3,6% para 16% faria com que apenas 0,05% dos ativos do sistema ficariam sob risco de default. Mesmo a tendência de curto prazo, de elevação, não altera o prognóstico. "O sistema ainda parece claramente sólido, controlado, conservador e sub-alavancado", salienta Luiz.

Esse risco, infímo, não justificaria, na visão do gestor, o temor da existência de uma bolha no Brasil, que se deve a uma comparação injusta com os EUA pré-crise de 2008. A crise de lá contou também com a existência de "inovações" financeiras, trazendo vários credores que não possuiam condições de pagar - algo que não acontece por aqui.
A elevação do preço dos imóveis também não incomoda Luiz. "Apenas dizer que o preço aumentou muito, e portanto existe uma bolha, é um argumeno incompleto. Se os preços dos ativos tem fundamento baseando seu movimento, não há como se chamar de bolha", destaca o gestor. 
Portanto, tudo isso leva ao fundo acreditar que não há uma bolha no Brasil e sim que a expansão do crédito recente tenha sido sustentável. "Se as bases são sólidas, ainda vemos muito mais pela frente e confiamos que as empresas das quais participamos ainda vão tirar grande proveito do que virá nos próximos anos", finaliza.

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